De carro? Ridículo…

Malmo, é uma cidade da Suécia onde a utilização da bicicleta já representa 30% das deslocações.

Não satisfeitos com esta situação, lançaram uma campanha para estimular ainda mais a utilização da bicicleta em detrimento do automóvel particular. Trata-se de um desafio para as pessoas contarem quais as viagens ridículas que fizeram/fazem de carro e que podiam perfeitamente ser feitas de bicicleta. Porque para deslocações até 5Kms, está provado que a bicicleta é na maioria dos casos, o meio de transporte mais rápido. Porque ao contrário do que muitos pensam, para andar de bicicleta, não precisamos de nos equipar – basta pegar na bicicleta e ir. Com qualquer roupa, sem necessidade de equipamentos especiais, tal como se fossemos de carro. Vejam o video, que vale a pena (legendado em Inglês)

No ridiculous car trips from Martin Lang on Vimeo.

E vocês? Continuam a fazer viagens ridículas de carro, que podiam perfeitamente ser feitas de bicicleta?

Obrigado ao Gonçalo Pais @ Ciclo-Via

No dia em que não devia haver carros

Dia 22 foi o Dia Mundial Sem Carros. Foi também do dia em que terminou a Semana Europeia da Mobilidade. Para quem esteve em Lisboa, não notou certamente a diferença para os outros dias – longe vãos os tempos em que a Autarquia tinha coragem (ou ingenuidade?) para fechar zonas da cidade ao trânsito automóvel. Deveria ser um dia para encorajar os cidadãos a deixarem o automóvel por um dia.  Um dia para promover as melhorias nos transportes colectivos, nas redes cicláveis e pedonais; para promover  o desenvolvimento de comunidades onde os empregos estão mais perto das habitações e as zonas comerciais a distâncias que podem ser feitas a pé. Mas quase nada foi feito, quase anda aconteceu. Soube a pouco, a muito pouco.

Mas nesse pouco, algumas coisas positivas aconteceram. Começou de madrugada, com o Marquês Down Tunnel, um evento que já aqui mostrei. Foi também o último dia da aventura de Paulo Guerra dos Santos – 100 Dias de Bicicleta em Portugal. Respondi ao convite lançado, e fui uma das pessoas que se juntou a ele, para o acompanhar nos quilómetros finais da sua última etapa. Depois dos 100 Dias de Bicicleta em Lisboa, o Paulo passou os últimos 4 meses a percorrer o país de bicicleta,  vestido com roupas normais (muitas das vezes, de fato e gravata) – se alguém tem promovido o conceito Cycle Chic por Portugal, tem sido o ele!

Encontrei-me com ele e com mais umas tantas pessoas, em frente à Torre de Belém, e depois seguimos pela ciclovia até ao Cais do Sodré, terminando a 100ª etapa do seu percurso, na Praça do Município.

A família Marvanejo, que o Paulo conheceu em Campo Maior, fez-se deslocar a Lisboa para o receber, com a sua última criação: uma bicicleta para 4 pessoas – uma mistura de reclinada/tandem e com 2 tag-alongs – genial o resultado de muito trabalho e dedicação.

Após o almoço, o Paulo foi recebido na Câmara Municipal de Lisboa, onde fez uma exposição sobre o seu projecto.

Nesta sessão foi ainda apresentada o projecto “Lisboa Ciclável“.

No final a FPCUB, no âmbito do protocolo que tem com a CML, ofereceu 10 bicicletas (com o apoio da Scott) à Polícia Municipal. Esperemos que a população, ao ver cada vez mais forças policiais fazerem uso da bicicleta, siga o exemplo.

Petição “Alteração do Código da Estrada reforçando direitos de ciclistas e peões”

Não tenho por hábito fazer posts neste blog, fora do âmbito do mesmo. Mas aqui na coluna da direita, tenho alguns links para campanhas que apoio. Uma delas, é a petição que visa alterar o código da estrada, que hoje em dia tão pouco protege os mais fracos. Muita gente advoga que andar de bicicleta é perigoso, e que para o efeito devemos protegermo-nos ao máximo com soluções que não concordo (capacetes, cores vivas, etc). Na realidade, andar de bicicleta per si, não tem grandes riscos, e por isso advogo que para andar de bicicleta, apenas precisamos de uma bicicleta – roupas e equipamentos especiais de corrida, ficam para as práticas desportivas e radicais. A questão para mim, não deve ser obrigar os ciclistas (e peões) a tomarem medidas para se protegerem, mas sim obrigar os automobilistas a tomar medidas para não colocarem os restantes utilizadores da via pública em risco.

Mas o risco existe, por parte dos automobilistas que teimam em não respeitar os outros utilizadores das estradas. Se tivermos um código da estrada que realmente protege os mais fracos, que force os condutores a ter atitudes mais responsáveis, então estaremos certamente mais seguros, sem necessidade de culpar os acidentes por falta de acessórios discutíveis – é triste quando se culpam as vítimas.

1º Código da Estrada, 1928 – fonte Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária

São algumas as alterações que seriam bem vindas ao código da estrada, e que melhorariam não só a segurança de quem anda de bicicleta, como dos peões (e consequentemente, dos restantes utilizadores das estradas). Há já alguns documentos elaborados, para quem tenha mais interesse no assunto.

Mais ambicioso, seria introduzir o princípio da hierarquia invertida da responsabilização civil (ou inversão do ónus da culpa, strict liability em Inglês), para uma mais efectiva protecção dos mais frágeis. Este conceito, tem como ideia defender os utilizadores mais fracos nas vias públicas, ditando a responsabilidade pela perda ou dano, independentemente da culpa.  A implementação desta medida, aumenta a reponsabilidade de quem conduz veículos, na proporção da sua dimensão!

Em vários países da Europa isto já é norma, e noutros tem sido alvo de grande discussão. Por cá, o blog Menos Um Carro, já falou sobre o assunto umas tantas vezes, mas parece ser uma ideia muito avançada para a nossa cultura lusitana.

Assinar a petição

E depois, divulguem-na entre os vossos contactos

Massa Crítica de Setembro

Setembro tem sido quase sempre o mês em que mais gente costuma aparecer. Este ano não foi excepção, e conseguiram-se juntar cerca de 230 pessoas. Ficou um pouco aquém das expectativas, mas talvez o céu cinzento tenha assustado quem não se dá bem com a chuva. A contrastar com este tempo, esteve a animação e boa disposição do costume, que tão bem caracterizam este evento. Fui pela primeira vez com a família, e todos adoraram – ao ponto de os mais pequenos não quererem abandonar o cortejo quando chegou a altura. Mas tinha de ser…

Como sempre, uma Massa Crítica com muito estilo e sem stress… à boa maneira Cycle Chic!

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