Testemunhos Cycle Chic (III)

Embora o convite para os testemunhos tenha sido lançado a pensar nos relatos de quem anda de bicicleta na grande Lisboa, hoje vou abrir uma excepção. O Alziro Neto, escreveu-nos do outro lado do oceano, e aqui fica o seu testemunho:

Quisera eu falar sobre andar de bicicleta em Lisboa, mas compartilho minha experiência do outro lado do oceano, de uma cidade-irmã… ou seria cidade-filha? Esmagado pela chuva, derretido pelo calor e pela humidade, comido vivo pelos mosquitos como bem descreveu Miguel Sousa Tavares sobre a vida nos trópicos.

Comecei com uma daquelas promessas de ano novo que raramente permanecem vivas o ano inteiro. Além disso, decidir ir pro trabalho de bicicleta no auge do verão carioca não é das determinações mais inteligentes. Enrte 9:00 e 10:00 já temos temperaturas que passam dos 40 graus nos dias mais terríveis. Ainda assim eu e minha esposa (ambos arquitetos) decidimos investir algum dinheiro num transporte não poluente, confortável, que fosse melhor pra cidade e etc.

Começamos por comprar uma bicicleta elétrica E-bike S da marca LEV http://www.golev.com.br. Alguns dias minha esposa usava pra ir às obras e reuniões com clientes e em outros dias usava eu. São 6km da minha casa até o escritório (Humaitá-Leblon) por um percurso que faço quase totalmente pela ciclovia da Lagoa Rodrigo de Freitas, um privilégio! Sentir a brisa no rosto, a vista do Morro Dois Irmãos ao fundo, sem estresse, sem perder tempo no trânsito e etc. Tudo era uma maravilha! O problema eram os dias em que a bicicleta ficava com a minha esposa. Sentia uma falta tremenda e não tive escolha: passei a usar minha simples mas eficiente Caloi Aluminum, acrescentando mais um ingrediente na minha experiência, a endorfina. Era preciso levar uma muda de roupas pro escritório por causa do calor.

Passados poucos meses ofereci à minha esposa uma Caloi Berlineta, a primeira bicicleta dobrável lançada no Brasil, e comprei uma Merida Crossway 10v, equipada com bagageiro e paralamas. Hoje o calor é menor e pedalo com maior eficiência, graças a prática. Os bagageiros liberaram minhas costas de carregar a mochila, portanto já não é preciso trazer comigo a tal muda de roupas. Levo 20 minutos, invariavelmente, da minha casa ao escritório. Pedalo 12 km por dia, no mínimo. Já fiz o teste com um amigo que trabalha aqui no escritório e vive no mesmo bairro que eu. Nos piores dias, a diferença chega à 40 minutos entre ir de carro e ir de bicicleta. Economizo, em média, 10 horas mensais em deslocamentos. É muita coisa! Em suma, a simples promessa de ano novo mudou minha vida pra melhor. A bicicleta é um vício difícil de largar!

Vida longa ao Lisbon Cycle Chic!
Parabéns pelo seu trabalho.
Alziro

 


E ainda há quem diga que em Lisboa não dá para andar de bicicleta, porque faz muito calor… Obrigado Alziro!

 

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